Marcas indeléveis (do Império...) - 11


Cabinda - Hospital

Não parece antes uma antiga estância de férias para trabalhadores?

25 de Abril...

Ontem enviei a um amigo dos tempos de Coimbra, com quem vivi intensamente a chamada "Crise Académica de 1969" , a seguinte mensagem:

"Senhor poeta vamos dançar / caem cometas no alto mar / atiram pedras / arrancam dentes..."

Claro! Claro que estou a ouvir o Zeca! E, inevitavelmente, as memórias que a voz inagualável do Zeca me evoca, emerge em primeiríssimo plano a tua voz a misturar-se com a dele naquelas longas e inesquecíveis noites de Coimbra vagueando entre o Aquário, a leitaria do Raúl e a Clépsidra. Vagabundeando e cantarolando, madrugada adentro, as canções do Zeca.

"Senhor poeta vamos dançar...". Tenho saudades tuas. Tenho saudades de tudo.

Viva Abril! Que para ti, eu sei, é ainda uma "jornada de luta" mas que para mim é apenas evocação, memória e festa (interiores) onde entras sempre, sempre. Tu e outros amigos.»

O amigo de que falo é o meu querido amigo Hermínio.

Luminosidades...

Como ontem,
como ontem antes de ontem,
o céu continua azul.

Continua azul, azul, azul!

Continua azul...
para lá do cinzento das nuvens
(negro, quase negro)
que cobre todo o azul, azul, do céu.

Um amigo de sempre e para sempre

Hoje, como ontem, há milhões de pessoas que fazem anos. Pessoas simples, pessoas endinheiradas, cientistas, artistas, políticos, celebridades. De todos esses milhões, hoje, só há um que conta. Só há um que consta da minha agenda que trago chegada ao peito. Faz hoje anos! Não sei precisar quantos. Sei que são um pouquinho mais que os meus. (mas isso que importa ?!).
É pai do João e da Susana. Está quase a ser avô da Sara. É irmão de um amigo que por estes dias faz um ano que partiu não se sabe bem para onde mas que todos os dias o sentimos bem perto de nós. Bem perto daquela parte de nós que sente, que em silêncio chora e que dele sente a sua falta.
Vermelho, como eu, na camisola (gloriosa) que veste. Mas verde na militância!
Ao contrário de mim, quando promete que vai escrever uma história, escreve mesmo. E escreve bem. E de uma forma vertical. Na escrita é repentista, como repentista era no futebol de salão, antigamente. Não mastigava o jogo. Um ou duas fintas e rematava pronto, certeiro e com qualquer dos pés.
E ao fim deste anos todos continua em forma. Em grande forma. Física e lírica. Basta ver como em Férias Deslizo veloz neste silêncio/Apenas o sussurro da neve, na passagem/pensamentos ausentes. Bonito, muito bonito Henrique! É, é o Henrique que faz hoje anos! Um amigo de sempre e para sempre. Parabéns, meus caro! E um grande, grande abraço!

Marcas indeléveis (do Império...) - 10

Estação do CFB no Luso



Digam lá se não parece (descontando o preto e branco da foto) um desses viadutos modernos, custeados com fundos da UE, que cruzam as nossas cidades!