Perguntas singelas...
Li ontem no Bloco de Notas o seguinte trecho de prosa escrito com a maior das naturalidades: "... conheci os dois irmãos (...), Octávio e Marcelo, moçambicanos, brancos, mas aparentemente com um toque de mestiçagem, que os deve orgulhar".
Perguntas singelas: será que o mesmo autor, José Vascocelos Costa, teria sido capaz de ter ficcionado com a mesma naturalidade, este outro texto não muito diferente: "conheci os dois irmãos (...), Octávio e Marcelo, moçambicanos, mestiços, mas aparentemente com um toque de brancura, que os deve orgulhar"? Não lhe ocorreria, por um momento que fosse, que poderia ser apodado de racista e xenófobo e coisas que tais... por aquelas criaturazinhas incapazes de um rasgo para além do politicamente correcto? E se lhe ocorresse, não teria hesitado em fixar o texto daquela forma?

1 comentário:

Anónimo disse...

A propósito:um negro quando nasce é negro; quando cresce continua negro; quando apanha sol ou frio continua negro; quando estremece de pavor continua negro.
Um branco nasce azulado; batem-lhe e fica cor de rosa; ao sol fica camarão; ou cinzento de medo; ou verde de enjoo.
Então porque é que o negro é que é de cor?