
Paul Celan
(1920-1970)
A morte é uma flor que só abre uma vez.
Mas quando abre, nada se abre com ela.
Abre sempre que quer, e fora de estação.
Tinha aparecido no Cubal já nos anos sessenta, vindo da Metrópole, do Puto, das berchas. (era assim que na nossa linguagem nos referíamos a Portugal). Tímido, ingénuo, mas destemido - alías, guarda-redes não podia ser de outra maneira. Quando lhe deram os kedes (hoje ténis) para calçar e jogar pela Associação Académica do Cubal, chamou-lhes – muito apropriadamente – sapatilhas. Azar dele. Ficou para sempre "o Sapatilhas". Nunca mais se livrou do nome.
Até sempre Sapatilhas. Até sempre.