Canções (3)

O ano era 1964, em tempo de férias grandes, e o filme tinha como "artista principal" o Aznavour e nele participavam também a Silvie Vartan e o Jonny Holliday e chamava-se "À procura do Ídolo" (Cherchez L'Idole).
Foi em busca desse tempo que ontem fui, quando, ao final da noite, pus a girar temas de Aznavour. Et Pourtant, Il Fault Savoir, La Boémme...
... e, sentei-me de novo ao lado do meu caro e querido amigo Henrique, ao ar livre, no mais majestoso cine esplanada do planeta (asseguro-vos) – o Kalunga – com o cheiro a maresia que soprava, suave e quente, do lado da Praia Morena.

O ano era 1964, em tempo de férias grandes, e o filme tinha como "artista principal" o Aznavour e nele participavam também a Silvie Vartan e o Jonny Holliday e chamava-se "À procura do Ídolo" (Cherchez L'Idole).
Foto tirada e acabada de enviar pelo Henrique. Obrigado, meu caro.
O que fazem as canções, as grandes canções...
Leia e, se estiver de acordo, assine:
Petição contra a implementação da TLEBS
Há dias Pedro Mexia ridicularizava assim a tlebs!
Petição contra a implementação da TLEBS
Há dias Pedro Mexia ridicularizava assim a tlebs!
Imperdível
a exposição "Diálogos de Vanguarda" de Amadeo de Souza-Cardoso na Gulbenkian, encimada por este pensamento dele próprio:
"Ninguém deixa de fazer uma obra de arte intensa por falta de técnica, mais por falta de outra coisa que se chama temperamento"
retirado de uma carta (vale a pena lê-la) que escreveu ao seu tio Francisco.
Sou leigo em matéria de pintura. Mas, para mim, nesta arte, ao contrário do que se passa com a gastronomia..., embora aqui também tenham papel decisivo, são fundamentalmente os olhos que comem. Há quadros (de todas as correntes estéticas) que os meus olhos gostam e neles ficam pregados sem eu saber explicar porquê e há outros que os meus olhos se desviam até com algum desdém sem eu, igualmente, saber explicar porquê. Também não me preocupo em procurar razões, nomeadamente no segundo caso.
Já conhecia alguns quadros que pertencem ao CAM da Gulbenkian: a Procissão Corpus Christi (é um dos meus preferidos), os Barcos e a Cozinha da Casa de Manhufe (que pertence à minha colecção particular... virtual) entre outros.

A Cozinha de Manhufe
É espantoso. As primeiras pinturas de Amadeo datam de 1908 - antes ficara-se pelo desenho e caricatura - e morre em 1918, sem completar os 31 anos. E em dez anos, navegando por diversas estéticas, produziu uma intensa e vastíssima obra. Bem se podia acrescentar ao seu pensamento que também não é por falta de tempo que ninguém deixa de fazer uma obra de arte intensa... Mas também se pode perguntar (exclamando) que dimensão teria atingido a sua obra se por ventura tivesse vivido mais tempo.
Sporting 1 - Spartakus 3
Os lagartos assustaram-se com as camisolas vermelhas... mas tive pena que não empatassem a partida! Tenho uma regra que não violo: contra estrangeiros torço sempre, sempre, pelos portugueses...
Como todas as regras, esta tem também uma excepção: aquele clube (galego) que equipa de azul e branco.
Ainda o referendo:
Vou votar sim. Mas há argumentos e questões que o não levanta a que sou sensível e me fazem reflectir:
Vou votar sim. Mas há argumentos e questões que o não levanta a que sou sensível e me fazem reflectir:
"Dei por mim a pensar na ironia de tudo isto... O mesmo tipo de lógica que serve para condenar o abandono de animais (não são humanos mas têm vida, logo têm direitos), serve para defender o aborto de seres humanos (têm vida mas não são pessoas, logo não têm direitos). Porquê? Terá uma vida não humana mais direito a ser acolhida do que uma vida humana que não é ainda uma pessoa, seja lá o que isso for? A campanha dos bichanos acabou por me meter medo. Medo de uma sociedade onde a vida de um cão vale mais do que a de um homem." Pedro Picoito, blogue do Não
Eu enunciaria a tese desta outra maneira: Se se condena o abandono dos animais porque não sendo estes pessoas, possuem, porém, vida e, como tal, têm direito a ter direitos, entre os quais o direito à vida... Ora sendo os embriões humanos vida (o que, parece, ninguém põe em causa) deveriam usufruir dos mesmos direitos!
No plano filosófico e moral não encontro nenhuma, nenhuma justificação para o sim. Só que a realidade, por vezes, conflitua com a filosofia e os seus "argumentos" pesam mais. É o princípio do mal menor. É neste ponto que radica o meu sim.
Subscrevo:
"Sentimentos misturados" J. Pacheco Pereira in Abrupto (1.12.06)
"Claro que ninguém vai ao teatro, claro que acabaram os cafés (pelo menos em Lisboa), claro que se desertificaram os bairros, claro que acabou a Lisboa dos anos 60, tão íntima como provinciana, onde éramos os absolutos cosmopolitas, exactamente porque os filhos dos deserdados das cheias, os filhos dos operários do Barreiro, os filhos das criadas de servir, os filhos dos emigrantes de Champigny, os filhos da "canalha" anarco-sindicalista e faquista de Alcântara mandam no consumo e o mundo que eles querem é muito diferente. Eles entraram pelos cafés dentro e transformaram-nos em snackbars e em lanchonetes, entraram pelas televisões e querem os reality shows, entraram pela "cultura" e pela política e não querem o que nós queremos, ou melhor, o que nós queríamos por eles. O acesso das "massas" ao consumo material e "espiritual" faz o mundo de hoje, aquele que é dominado pela publicidade, pelo marketing, pelas audiências, pelas sondagens. É um mundo infinitamente mais democrático, mas menos "cultural" no sentido antigo, quando a elite, que éramos nós, decidia em questões de bom senso e bom gosto. E agora? Queríamos que "eles" tivessem voz e agora que a têm não gostamos de os ouvir quando o enriquecimento revelado por todos os indicadores económicos e sociais dos últimos 30 anos transformou muitos pobres na actual classe média, "baixa" como se diz na publicidade, nos grupos B e C das audiências. Nós queríamos que eles desejassem Shakespeare e eles querem a Floribella, os Morangos e o Paulo Coelho. E depois? Ou ficamos revoltados ou pedagogos tristes e ineficazes, ou uma mistura das duas coisas. Nós ajudámos a fazer este mundo de mais liberdade e mais democracia, que o é de facto. O 25 de Abril foi o que foi porque a geração de 60 o fez assim. Se os militares tivessem derrubado Salazar nos anos 40 ou Delgado o tivesse feito em 1958, o país seria certamente muito diferente."
"Sentimentos misturados" J. Pacheco Pereira in Abrupto (1.12.06)
"Claro que ninguém vai ao teatro, claro que acabaram os cafés (pelo menos em Lisboa), claro que se desertificaram os bairros, claro que acabou a Lisboa dos anos 60, tão íntima como provinciana, onde éramos os absolutos cosmopolitas, exactamente porque os filhos dos deserdados das cheias, os filhos dos operários do Barreiro, os filhos das criadas de servir, os filhos dos emigrantes de Champigny, os filhos da "canalha" anarco-sindicalista e faquista de Alcântara mandam no consumo e o mundo que eles querem é muito diferente. Eles entraram pelos cafés dentro e transformaram-nos em snackbars e em lanchonetes, entraram pelas televisões e querem os reality shows, entraram pela "cultura" e pela política e não querem o que nós queremos, ou melhor, o que nós queríamos por eles. O acesso das "massas" ao consumo material e "espiritual" faz o mundo de hoje, aquele que é dominado pela publicidade, pelo marketing, pelas audiências, pelas sondagens. É um mundo infinitamente mais democrático, mas menos "cultural" no sentido antigo, quando a elite, que éramos nós, decidia em questões de bom senso e bom gosto. E agora? Queríamos que "eles" tivessem voz e agora que a têm não gostamos de os ouvir quando o enriquecimento revelado por todos os indicadores económicos e sociais dos últimos 30 anos transformou muitos pobres na actual classe média, "baixa" como se diz na publicidade, nos grupos B e C das audiências. Nós queríamos que eles desejassem Shakespeare e eles querem a Floribella, os Morangos e o Paulo Coelho. E depois? Ou ficamos revoltados ou pedagogos tristes e ineficazes, ou uma mistura das duas coisas. Nós ajudámos a fazer este mundo de mais liberdade e mais democracia, que o é de facto. O 25 de Abril foi o que foi porque a geração de 60 o fez assim. Se os militares tivessem derrubado Salazar nos anos 40 ou Delgado o tivesse feito em 1958, o país seria certamente muito diferente."
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